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Será a imobilização benéfica para uma tendinopatia?

Os problemas nos tendões, normalmente designados por tendinopatias (também conhecidos por tendinoses ou tendinites), são acompanhados pela presença de dor, disfunção e intolerância ao exercício/movimento.

Uma das dúvidas mais comuns, nas pessoas que sofrem de tendinopatias, e provavelmente poderá também ser uma dúvida sua, está relacionada com a imobilização. É normal pensar nesta estratégia como uma forma de tratar o problema no tendão. A lógica é que a inexistência de movimento reduz ou elimina a requisição do tendão e, por sua vez, o facto do tendão não ser estimulado vai provocar uma diminuição da dor. 

Realmente é uma estratégia tentadora... e de fácil de execução! Será que uns dias imobilizado e a tendinopatia irá recuperar?

É importante que perceba, antes de mais, que o tendão é uma estrutura que liga o músculo ao osso (músculo-tendão-osso). Quando um músculo contrai, há uma transmissão de força pelo tendão, que por estar fixado ao osso vai provocar o movimento. Ou seja, o tendão é, acima de tudo, uma estrutura preparada para receber estas cargas. A existência de movimento/exercício vai promover a estimulação das células do tendão que por sua vez vai ter um efeito positivo nas fibras do tendão (fibras de colagénio), necessárias para o desempenho da sua função. Este processo é denominado por mecanotransdução, isto é, a transmissão de carga pelo tendão vai promover a estimulação celular, que por sua vez vai contribuir para a manutenção de um estado de equilíbrio.

Se imobilizarmos um tendão por uns meros quatro a cinco dias, no interior do tendão irá começar a aparecer uma desorganização das suas fibras. Para além disto, caso a imobilização seja prolongada por cerca de duas ou três semanas, será provável que haja uma redução da produção de colagénio de cerca de 80%. Ou seja, o tendão irá sofrer uma queda brutal no seu principal constituinte. É fácil de perceber que esta estratégia que no início poderia parecer tentadora mostra-se nefasta a médio prazo.

Assim, de uma forma geral, a imobilização não será a solução para tratar a sua tendinopatia. Contudo, isto não quer dizer que esta estratégia não deva ser utilizada em nenhuma circunstância. Vamos imaginar, por exemplo, uma tendinopatia calcificada do ombro com a presença de uma dor aguda e limitação funcional marcada, poderá nestas situações ser utilizada uma estratégia de imobilização (evitando o movimento/exercício). No entanto, esta imobilização deverá ser táctica (utilizada em casos muito específicos), e mínima (pelo menor período de tempo possível), de forma a permitir uma redução a curto prazo da dor e o início do processo de recuperação do tendão de forma activa, de acordo com as características da tendinopatia em causa (exercícios específicos prescrito por um fisioterapeuta).

Fisioterapeuta Óscar Caridade
Ordem dos Fisioterapeutas 805

INTRAFISIO - Centro clínico de referência no tratamento de lesões ortopédicas e desportivas.

INTRAFISIO, LDA - NIPC 513036385
Rua de Aveiro, Lote 2A, 3000-064 Coimbra, Portugal
Número de Registo ERS: 23601 - Licença de Funcionamento: 23687

Autor: Fisioterapeuta Óscar Caridade, julho 2020
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Otimização da regeneração após lesão muscular, mediante a aplicação da técnica EPI®
Por Fisioterapeuta Óscar Caridade 16 de agosto de 2021
Atualmente, sabemos que na presença de uma lesão muscular, como resposta a sinais relacionados com dano nas miofibrilas e consequente infiltração de células inflamatórias (neutrófilos e macrófagos), existe uma necrose das células musculares. Nas zonas de lesão das miofibrilas, ocorre uma desgranulação dos mastócitos, provocando a libertação de citocinas pró-inflamatórias, tais como, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a interleucina - 1 (IL-1), e a histamina. Estas irão provocar a infiltração de um maior número de mastócitos e neutrófilos, favorecendo o processo de inflamação. De igual forma, os neutrófilos ativados libertam substâncias como, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), o interferão –γ (IFN-γ), a interleucina 1 beta (IL-1β), a interleucina 1 (IL-1) e a interleucina 8 (IL-8). Nesta etapa, existe uma ativação das espécies reativas de oxigénio (ROS), que contribuem para a degradação das fibras musculares e alterações vasculares (isquémia-reperfusão). Um cenário que agrava a lesão muscular podendo, igualmente, atrasar a passagem para a seguinte fase do processo de regeneração muscular. Por esta razão, perante uma lesão muscular, poderá ser benéfico para o utente, a utilização da Electrólise Percutânea Intratecidular - EPI®. A aplicação da técnica EPI®, segundo a investigação realizada por Abat, et al. (2015), promove uma diminuição significativa dos valores do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e da interleucina 1 (IL-1). De igual forma, é verificado um aumento nos valores dos recetores ativados pelo proliferador de peroxissoma - γ (PPAR-γ), dos fatores de crescimento do endotélio vascular (VEGF), e dos VEGF –R1. Os fatores de necrose tumoral alfa (TNF-α), ficam elevados logo após a lesão muscular e permanecem aumentados por muitos dias após a mesma. A EPI®, ao promover a diminuição dos valores dos TNF-α, impede alterações no processo de diferenciação celular, aumentos do catabolismo celular (inibição da resposta regenerativa das células satélite), e a degradação de proteínas. Atuando na diminuição dos valores da interleucina 1 beta (IL-1β), uma citocina pró-inflamatória que também permanece aumentada na lesão muscular durante vários dias. A EPI® consegue diminuir a necrose tecidular focal e, de igual forma, evitar a inibição da síntese de proteínas. A utilização da técnica potência um aumento nos valores dos recetores ativados pelo proliferador de peroxissoma - γ (PPAR-γ), o que promove uma diminuição na expressão de genes pró-inflamatórios e um aumento nos índices de regeneração muscular. São, igualmente, verificados aumentos significativos nos fatores de crescimento do endotélio vascular (VEGF), e dos VEGF –R1, que promovem um efeito angiogênico (manutenção da micro-circulação), e estimulam a diferenciação miogénica das células satélite musculares, contribuindo para a regeneração muscular. A técnica possibilita, assim, controlar alguns fatores inflamatórios, que apesar de serem importantíssimos na fase inicial para o processo de regeneração muscular (ex: promoção de um microambiente favorável à proliferação das células satélite), poderão, quando em valores demasiado elevados, agravar o dano muscular e atrasar o processo de regeneração, como por exemplo, a inibição da transição de macrófagos M1 para macrófagos M2 (componente essencial para a regeneração muscular in vivo). Já conheces a nossa formação em Electrólise Percutânea Intratecidular - EPI®? Para mais informação sobre o curso CLICA AQUI Autor: Fisioterapeuta Óscar Caridade Professor Oficial da Técnica EPI® pela EPI Advanced Medicine Fisioterapeuta Óscar Caridade Ordem dos Fisioterapeutas 805 INTRAFISIO - Centro clínico de referência no tratamento de lesões ortopédicas e desportivas. INTRAFISIO, LDA - NIPC 513036385 Rua de Aveiro, Lote 2A, 3000-064 Coimbra, Portugal Número de Registo ERS: 23601 - Licença de Funcionamento: 23687 Fontes: Abat F, Valles SL, Gelber PE, Polidori F, Jorda A, García-Herreros S, Monllau JC, Sanchez-Ibáñez JM. An experimental study of muscular injury repair in a mouse model of notexin-induced lesion with EPI® technique. BMC Sports Sci Med Rehabil. 2015 Apr Chellini F, Tani A, Zecchi-Orlandini S, Sassoli C. Influence of Platelet-Rich and Platelet-Poor Plasma on Endogenous Mechanisms of Skeletal Muscle Repair/Regeneration. Int J Mol Sci. 2019 Feb Yang W, Hu P. Skeletal muscle Regeneration is modulated by inflammation. J Orthop Translat. 2018 Feb Le Moal E, Pialoux V, Juban G, Groussard C, Zouhal H, Chazaud B, Mounier R. Redox Control of Skeletal Muscle Regeneration. Antioxid Redox Signal. 2017 Aug
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